segunda-feira, 1 de setembro de 2014

o coração na boca #1

Com 0 Comentario
Começamos o mês de setembro com o pé direito nas novidades, estreia hoje a primeira edição do blog, a o coração na boca. Ocasionalmente, teremos dicas literárias para os leitores conhecerem melhor os escritores que estão produzindo no Espirito Santo. E quem vem assinar esse título especial é a Lívia Corbellari, uma jornalista cultural que já tem uma história super legal em outros veículos e projetos aqui no Estado, acessem Livros por Lívia para conferir! O nome da coluna é uma homenagem da Lívia a um escritor muito querido por ela, o Sérgio Blank, que inclusive está nesta primeira edição da participação. O cOraçãO na bOca é nome de um poema homônimo
de Blank, que se encontra no livro A Tabela Periódica. Boa leitura!



Opala Negra

A princípio Bento parece ser o protagonista da história de pistolagem e garimpo do livro Opala Negra (2013 / Pedregulho), de Marília Carreiro. Mas o moço de origem humilde, que herda a fazenda do pai distante, é apenas um narrador. Bento é cauteloso, dócil e se deixa levar pelo destino. Ele se limita a narrar, com traços de onisciência, a vida do pistoleiro Justino e de todos aqueles que o cercam.

Já no começo do livro vem um alerta ao leitor: nem tudo é ficção em Opala Negra. O livro é inspirado em causos recorrentes no noroeste do Espírito Santo e parte de Minas Gerais por volta de 1960. Na trama, Bento tinha sonhos que eram ‘confirmados’ por boatos de que naquelas terras havia uma grande pedra preciosa, “que causaria discórdia entre muitos e ganância em quem soubesse de seu achamento.” (p. 18).


Com a linguagem próxima a fala das gentes do interior, a escritora vai contando sua história com malemolência. A narrativa chega a dar pistas de que uma grande tragédia irá acontecer e lhe deixa ansioso por uma reviravolta do começo ao fim.

Com o belíssimo trabalho de Thiago Manauara, o livro Opala Negra ganhará uma versão ilustrada ainda este ano. Além da diagramação, que é um projeto novo, com tipografia desenhada à mão, inspirada em um lettering capixaba de 1920 da revista Vida Capichaba e inserção de ilustrações durante o livro.

Leia uma prévia do livro online -> 1° capítulo

Os Dias Impares



Sérgio Blank e seus versos sonoros e irônicos influenciaram toda uma geração de escritores do Espírito Santo, nas décadas de 80 e 90. Com a sua bibliografia fora de circulação e sem material inédito publicado desde 1996, Blank resolveu ressuscitar seus poemas. Em parceria com a Editora Cousa, ele reuniu todos eles em uma só obra: Os Dias Ímpares (Cousa/2011). A coletânea inclui os livros Estilo de ser assim, tampouco (1984), Pus (1987), Um, (1988), A Tabela Periódica (1993), Vírgula (1996) e dois poemas avulsos: "A torto e a direito" e "aos que mordem sem latir".
Como prova da sua importância, seus versos já foram tema de uma dissertação de mestrado apresentada na Ufes por Sinval Paulino, que se transformou no livro Sol, solidão: análise da obra de Sérgio Blank, publicado em 2007.

Procurei resenhar - sem sucesso - toda a obra de Blank, mas não consigo traduzir a sensibilidade de seus poemas. Deixo então que o poeta fale por si: “Escrevo por uma necessidade de mostrar quem eu sou, o que eu sinto, minhas dúvidas”. Blank também conta que seu processo de criação envolve um olhar ao redor com mais gentileza e criticidade. Além disso, não é só escrever e sim “burilar o texto” até que ele ganhe a forma desejada. “Minha proposta é incentivar esse olhar mais carinhoso das pessoas para ver se o mundo melhora um pouquinho”, diz ele com sua voz suave.


 





Jornalista cultural no Século Diário e arrisca-se na crítica literária no blog www.livrosporlivia.com

Vez ou outra faz participação especial sob o título "o coração na boca"  dicas literárias para os leitores conhecerem melhor os escritores que estão produzindo no Espirito Santo.

+1

0 comentários:

Postar um comentário

Muito obrigada por comentar ;)

Todos os direitos autorais reservados a Savya Alana de Oliveira. Tecnologia do Blogger.

► FAVORITAS ♥

#Compartilhar