Este texto não é necessariamente sobre Vitória, porque pode ser também sobre Serra, Vila Velha, Cariacica, Guarapari e qualquer outra cidade. Além disso ele poderá te incomodar –
caso o faça, aproveite a sensação para uma autoavaliação e quem sabe uma mudança. Eu, que
o escrevo, também sinto efeitos das verdades escritas aqui.
Você, morador do ES (ou qualquer outro canto, não se esqueça), ao verificar as opções de
lazer-cultura da sua cidade (tantas vezes compiladas num só dia ou final de semana, por que,
Deus?), escolhe aquilo que mais te interessa, se anima e...: descobre que um amigo estará
viajando, o outro prefere ficar encasulado, etc, e que não tem companhia pra sair. E o que
você faz? Não sai. Novidade ou não, tenho que te dizer: falta de companhia é um péssimo
motivo pra manter o status quo.
Compreendo que pra muitas pessoas não é fácil sair sozinha e se sentir bem com isso,
infelizmente, pois eu me sinto assim vez ou outra. Por outro lado já me aventurei sozinha
algumas vezes, a experiência foi ótima e tem servido de exemplo e combustível pra mim
mesma, pra novas saídas.
O que mais me alegra foi a minha primeira “aventura”, pois com ela descobri que era capaz de
estar sozinha e conhecer pessoas novas. Desde criança eu tinha o sonho de ir à Itália e durante
minha graduação tive a bênção de conseguir o dinheiro necessário para fazer a viagem, o
problema é que não tinha companhia. Eu tinha 21 anos, muita ansiedade, dinheiro disponível,
MUITA vontade e uma mochila cargueira. Só avisei: “mãe, vou pra lá sozinha, porque não faz
sentido não ir por falta de companhia”. Foi um susto, uma polêmica, mas por fim viajei pra e
foi a melhor experiência da minha vida. Não estive sozinha todo o tempo, de fato não estive,
mas nos dias de solidão me esforcei pra esquecer a ideia viciosa de que precisava de alguém
comigo.
Deixa eu te contar outra coisa: não só eu já viajei e viajo sozinha, são tantas as pessoas que o
fazem! Passam longos voos sozinhas, se hospedam sozinhas, fazem refeições sozinhas, vão a
passeios sozinhas. Imagino que elas saibam da enorme possibilidade de conhecer estranhos e
então incluí-los nessas atividades, porém em caso contrário, de passar um tempo de fato sem
ninguém, não se desesperam e se procuram uma válvula de escape (eu espero).
Considerando que é possível cumprir sem companhia essa programação, digamos, de grande porte, que é fazer uma viagem, imagine ir a outro bairro pra dar uma volta na parte histórica
que você ainda não conhece direito, ir a uma peça de teatro, ir a uma exposição de arte. Ou
mais simples e sem esforço ainda: sentar-se num bar sozinho pra tomar sua cervejinha e
escutar a banda ao vivo. Eu acredito que quando melhor você se sentir fazendo o que você
deseja sozinho, melhor companhia você será.
Acostumar-se consigo mesmo, aceitar-se e deleitar-se na própria companhia são formas de
viver que se aprende, se quiser. Continue de olho em programações de cultura, esporte ou
seja lá o que for e não se prive de aproveitá-las quando não tiver companhia. Leve você pra
alguma programação bacana. :)
Anna Catharina Izoton tem 5 nomes, na verdade, mas acha que falar todos gasta saliva. Tem 22 anos, é capixaba mas "cidadã do mundo", já que não é muito fã de ficar quieta num lugar por muito tempo. Em breve vai se mudar para os EUA e já sente saudade do Brasil.
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*Crédito das fotos: Anna Catharina Izoton.
*Crédito das fotos: Anna Catharina Izoton.
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