terça-feira, 26 de maio de 2015

A companhia de si mesmo

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Este texto não é necessariamente sobre Vitória, porque pode ser também sobre Serra, Vila Velha, Cariacica, Guarapari e qualquer outra cidade. Além disso ele poderá te incomodar – 
caso o faça, aproveite a sensação para uma autoavaliação e quem sabe uma mudança. Eu, que 
o escrevo, também sinto efeitos das verdades escritas aqui.

Você, morador do ES (ou qualquer outro canto, não se esqueça), ao verificar as opções de 
lazer-cultura da sua cidade (tantas vezes compiladas num só dia ou final de semana, por que, 
Deus?), escolhe aquilo que mais te interessa, se anima e...: descobre que um amigo estará 
viajando, o outro prefere ficar encasulado, etc, e que não tem companhia pra sair. E o que 
você faz? Não sai. Novidade ou não, tenho que te dizer: falta de companhia é um péssimo 
motivo pra manter o status quo.

Compreendo que pra muitas pessoas não é fácil sair sozinha e se sentir bem com isso, 
infelizmente, pois eu me sinto assim vez ou outra. Por outro lado já me aventurei sozinha 
algumas vezes, a experiência foi ótima e tem servido de exemplo e combustível pra mim 
mesma, pra novas saídas.




O que mais me alegra foi a minha primeira “aventura”, pois com ela descobri que era capaz de 
estar sozinha e conhecer pessoas novas. Desde criança eu tinha o sonho de ir à Itália e durante 
minha graduação tive a bênção de conseguir o dinheiro necessário para fazer a viagem, o 
problema é que não tinha companhia. Eu tinha 21 anos, muita ansiedade, dinheiro disponível, 
MUITA vontade e uma mochila cargueira. Só avisei: “mãe, vou pra lá sozinha, porque não faz 
sentido não ir por falta de companhia”. Foi um susto, uma polêmica, mas por fim viajei pra e 
foi a melhor experiência da minha vida. Não estive sozinha todo o tempo, de fato não estive, 
mas nos dias de solidão me esforcei pra esquecer a ideia viciosa de que precisava de alguém 
comigo.



Deixa eu te contar outra coisa: não só eu já viajei e viajo sozinha, são tantas as pessoas que o 
fazem! Passam longos voos sozinhas, se hospedam sozinhas, fazem refeições sozinhas, vão a 
passeios sozinhas. Imagino que elas saibam da enorme possibilidade de conhecer estranhos e 
então incluí-los nessas atividades, porém em caso contrário, de passar um tempo de fato sem 
ninguém, não se desesperam e se procuram uma válvula de escape (eu espero).

Considerando que é possível cumprir sem companhia essa programação, digamos, de grande porte, que é fazer uma viagem, imagine ir a outro bairro pra dar uma volta na parte histórica 
que você ainda não conhece direito, ir a uma peça de teatro, ir a uma exposição de arte. Ou 
mais simples e sem esforço ainda: sentar-se num bar sozinho pra tomar sua cervejinha e 
escutar a banda ao vivo. Eu acredito que quando melhor você se sentir fazendo o que você 
deseja sozinho, melhor companhia você será.


Acostumar-se consigo mesmo, aceitar-se e deleitar-se na própria companhia são formas de 
viver que se aprende, se quiser. Continue de olho em programações de cultura, esporte ou 
seja lá o que for e não se prive de aproveitá-las quando não tiver companhia. Leve você pra 
alguma programação bacana. :)



Anna Catharina Izoton tem 5 nomes, na verdade, mas acha que falar todos gasta saliva. Tem 22 anos, é capixaba mas "cidadã do mundo", já que não é muito fã de ficar quieta num lugar por muito tempo. Em breve vai se mudar para os EUA e já sente saudade do Brasil.





*Este post não é uma publicidade.
*Proibido o uso das imagens e do texto sem prévia autorização da autora.
*Crédito das fotos: Anna Catharina Izoton.
*Contato madeincapixaba@gmail.com

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