O livro Engenho de Dentro Gilbert Chaudanne é a primeira publicação de Dayse Egg de Resende, e mostra a trajetória do artista francês Gilbert Chaudanne, radicado no Espírito Santo. A seguir compartilhamos o resumo da obra e imagens da produção artística de Chaudanne .
“[...] O rosto é como um enigma, ele quer dizer alguma coisa mas não sabemos o que ele quer dizer. E o que sobra é aquele olhar hipnótico dos ícones, que é o das minhas pinturas. Quem está olhando para elas, minhas pinturas, não são vocês. São elas que estão olhando para vocês. Vocês podem ficar incomodados, mas nunca vão esquecer esse olhar porque é um olhar que abre as portas [...]”
Resumo da Obra
A identidade Chaudanneana: a gênese, o sujeito, o criador
“Assim como se pode ver na arquitetura das cidades centenárias – não podemos nos esquecer da origem europeia de Chaudanne –, Gilbert, como uma cidade de memórias, tem áreas sem restauração. São áreas esquecidas, sombrias, desgastadas pelo tempo, áreas renovadas e áreas nunca mais pintadas por ele, além de pequenas praças, ou melhor, clareiras, com um pequeno desvelamento que nos faz perceber o quão fundo chegou o esforço de nosso artista para se manter terreno, de pé, alinhado.
Embora não querendo ser mostradas, essas áreas de dor foram, aos poucos, sendo reveladas, trabalhadas e assim a revitalização chegou a Gilbert Chaudanne, que se reintegrou, se aconchegou em uma residência atelier, espaço que lhe proporciona a liberdade de criar e desenvolver seu universo de pintor, escritor – artista interior e exterior.”
Aos meros 17 anos de idade, Dayse Egg de Resende conheceu Gilbert Chaudanne no Centro da Praia Shopping, em Vitória. A postura, o porte e a expressão daquele homem, que passava o tempo com um livro e um xícara de café ao lado, chamaram a atenção daquela jovem, então estudante de pré-vestibular. Dayse se atentou pelo seu jeito de se vestir, os cabelos compridos e aquele “olhar aqzul que sorri e dá bronca, que vê e mostra”.
A estudante o conhecia pelas suas Madonas e livros artesanais que, na época já haviam percorrido toda a cidade. Filha de uma artista plástica, Dayse teve contato com o mundo das artes iniciado ainda na infância, através dos trabalhos e vivências da mãe - frequentando mostras, exposições, espaços artísticos, e conhecendo o público frequentador. Foi esse contato que também a apresentou, sobretudo, aos trabalhos de Chaudanne. Iniciando, assim, uma relação de amizade e confiança.
Na medida em que a amizade se fortalecia e Dayse mantinha maior contato com a produção artística de Chaudanne, o estilo de vida e os métodos do artista a chamaram sua atenção. Novamente.
Dayse notou a importância e grande contribuição de Gilbert Chaudanne para a produção literária e artística local, sob o papel de fomentar, marcar e incentivar uma geração de público e artistas capixabas. E viu, no papel deste personagem, deste artista, a importância de estudar e registrar sua trajetória, enquanto pesquisadora.
O livro Engenho de Dentro - Gilbert Chaudanne é fruto de uma profunda pesquisa sobre a trajetória do artista, acerca de seus documentos de processo criativo, relações e experiências vivenciadas. Com base na Teoria de Crítica Genética, Dayse procurou por materiais e documentos que registram e narram a história, a vida e a arte deste artista francês, radicado há 30 anos no Espírito Santo.
Originalmente de sobrenome Dubois, o artista nasceu em 03 de junho de 1948, em Besançon, região franco-condado, França. Filho de Pierre Dubois e Denise Dubois, cresceu na antiga cidade de grandes pensadores e escritores - a exemplo de Victor Hugo e dos Irmãos Lumière. Paralelo à sua vida acadêmica – formou-se em Geologia na Faculdade de Ciências, em Besançon –, Gilbert decide aprimorar seus conhecimentos através da literatura e arte. Parte então para países e culturas de diferentes cantos do mundo, viajando por entre outras histórias e vidas.
Decidido em fixar residência no Brasil, se divide ao escolher uma cidade. Entre as exigências e características que desejava, Vitória, capital do Espírito Santo é a vencedora – pelos seus atributos religiosos, naturais, geográficos e culturais. Chaudanne mora em Vitória desde meados de 1980.
A partir de suas vivências e relações com a capital e seus habitantes, Chaudanne criou, produziu e fomentou o cenário artístico, literário e cultural do Espírito Santo. Para a autora, que desde jovem acompanhou a atuação do artista, Gilbert marcou uma geração de artistas capixabas de diversas áreas, ao incentivar, articular e mover espaços e projetos culturais do estado.
Os trabalhos, criações e projetos de Gilbert Chaudanne demonstram uma riqueza temática, conceitual e estética, além de evidenciarem o processo criativo do mesmo.
Engenho de Dentro – Gilbert Chaudanne é a materialização e o registro da trajetória do artista. Reunindo seus trabalhos e documentos de processo, além de cronobiografia e declarações de Chaudanne, Dayse Resende apresenta sua história, percurso, processo de criação e, naturalmente, o perfil multifacetado do artista.
Gênese
Acerca do processo de criação, fundamentado na teoria da Crítica Genética, os documentos de processo atuam como registro material do movimento criador do artista. Cadernetas, diários, fichas ou folhas avulsas são seu suporte para o armazenamento e experimentação de ideias, imagens e desenhos.
Os documentos de processo exercem a função de instrumentos de trabalho de um artista, uma extensão da mente que permite circular pelas reflexões em torno de seu projeto. Registram sua singularidade, que pode ser transferida ou não para a obra apresentada ao público.
Gilbert Chaudanne possui ricos e quantitativos documentos de processo. Ao acompanhar a rotina do artista e analisar tais registros materiais, Dayse Egg de Resende apresenta indícios de seu processo de criação.
Ainda entre as viagens realizadas quando jovem, Chaudanne carregava consigo cadernos de bolso confeccionados artesanalmente pelo próprio. Eles fazem parte da rotina do artista até os dias atuais, inerentes a si como uma carteira se faz importante nos passeios. As páginas de papel em branco são preenchidas com pensamentos e ideias que o acometem. Anotações que demonstram seu processo comunicativo; uma amplitude no olhar e nas relações com o mundo e seus habitantes.
O artista vai além de conceitos plásticos, percorrendo também o literário, o verbal. Como destaca a autora, o importante em sua busca artística é conhecer e compreender a essência das coisas, estabelecendo relações e construindo conhecimento.
Além dos cadernos de bolso, Chaudanne registra suas ideias e trabalhos em outros tipos de documentos, conforme a proposta e situações proporcionadas e vivenciadas. Folhas avulsas, de diversos tipos de papel, com desenhos, imagens e textos visuais a caneta esferográfica ou caneta nanquim; currículos manuscritos; fotocópia; gravuras de livros; livros e cartazes artísticos artesanais.
Os cartazes, em específico, somam mais de 800, produzidos para comunicar eventos, exposições ou ações realizadas pelo próprio artista. Evidenciam uma preocupação em se comunicar clara e objetivamente com o público, despertar curiosidade e interesse pelo assunto divulgado. Em sua maioria, o material analisado pela autora foi encontrado no ateliê residência de Chaudanne - reduto de suas ideias, criações e registros.
Ao analisar a diversificada produção de Gilbert, a autora e pesquisadora se relaciona com a gênese do processo criativo do artista, o compreende. Dayse percebe a capacidade de Chaudanne de criar, realizar, produzir e implementar seus trabalhos artísticos. Ela se aproxima dos pensamentos e ideias deste artista, enquanto objeto analisado, interpretado. Acompanha suas criações e indica o seu processo de criação.
“[...] vê-se uma oportunidade de adentrar na mente criativa do autor e perceber os caminhos utilizados por ele para dar vida à obra.”
Busca pelo sujeito
Entre as viagens a países e continentes enquanto jovem andarilho, Gilbert Chaudanne chegou à América do Sul e conheceu o Brasil em 1973. Encantou-se com as cores, com a energia provida do país, do povo, quando decidiu morar em uma cidade brasileira.
Sozinho, aprendeu e dominou o idioma, apropriando-se também das formas de expressão e as variações da linguagem do povo brasileiro. Ao escolher a cidade, entre nossos 27 estados, Chaudanne traçou uma série de exigências e especificações, contribuindo para a objetiva e rápida eliminação das opções.
O destino de sua morada deveria ser uma capital, que possibilitasse seu desenvolvimento artístico e intelectual. Mas uma cidade mais próxima à região Sul, de clima mediano, nem tão quente ou frio. Preferencialmente perto do mar, sem no entanto ser um grande centro como o Rio de Janeiro.
Vitória ou Florianópolis. As duas cidades finais desta disputa interna. A escolha pela capital capixaba se deve a características singulares elencadas pelo artista, conforme destacado no capítulo Um Francês no Espírito Santo:
“[...] Primeiramente, a pequena ilha lhe chamou a atenção pelo nome, Vitória. E, ainda é a capital de um estado chamado Espírito Santo, símbolo da Trindade e evidência de uma tendência para o discurso da religiosidade cristã percebida em seu projeto poético. Ao chegar à cidade, deparou-se com o mar e a proximidade das montanhas e encantou-se! [...]”
O Brasil despertou a atração de Chaudanne, intensificada com sua vinda ao Espírito Santo. Há, nesta relação país/estado um símbolo que interliga tais escolhas. A busca pelo Sagrado, o divino, é o que move sua obra, segundo a autora. Aos poucos, o artista encontrou simbolismos que compõem seu processo poético, a exemplo da linguagem e comportamento dos brasileiros, do clima e da padroeira do estado, Nossa Senhora da Penha.
A relação com o meio/espaço onde está inserido, onde vive e vivencia, tem influências diretas na obra de Chaudanne. A matéria-prima de seus trabalhos são suas memórias, experiências e reflexões dos lugares por onde traça um percurso. No objetivo de compreender a cidade, os espaços, deslocamentos e convívios urbanos, o artista pesquisa.
Pesquisou a cultura, mentalidade, o costume e a língua do brasileiro - suas expressões e relações verbais e corporais. Pesquisou, porém, de forma natural e informal, através de conversas, convívios rotineiros e despretensiosos com seus alunos, colegas, conhecidos e demais pessoas de seu convívio nas escolas, bares e ruas da capital.
As descobertas se fundem à personalidade de Gilbert Chaudanne. Na busca pelo seu eu e projeto poético, o artista se apropria daquele repertório adquirido - inerente, a partir de então, às suas obras, ao seu processo de criação enquanto artista, escritor, produtor teatral e articulador cultural.
A personalidade de Chaudanne, no entanto, é forte e singular. Enquanto ser multifacetado, de conhecimento, articulação e noções artísticas de grandes riquezas, é um ser de aparência, trejeitos e essência simples, tranquilos. Seus reais e objetivos interesses se resumem à busca pela arte, poesia, conhecimento, relações e vivências.
“[...] Figura ímpar de cabelos sempre desalinhados, estilo La Chascona, de Pablo Neruda, excêntrico, de personalidade marcante e contagiante. Anda pela cidade com uma roupa aparentemente suja, mas na verdade são respingos de tintas [...]”
“[...] Ao que parece, para o artista, pintar e escrever traduz uma necessidade fisiológica e mental [...]”
Engenho de Dentro - Página 30
Gilbert Chaudanne possui a proeza de se relacionar com diferentes grupos, estilos e perfis de pessoas. Sua linguagem verbal e escrita se modifica de acordo com o público com o qual se relaciona. Detém, também, uma variação na linguagem plástica, ao retratar diferentes temas em suas obras, expressadas em quadros, telas, desenhos, cartazes, poesias, artigos e textos literários.
São temas como flores, santos, iconografia cristã, budista, holística, paisagens urbanas que lembram as ruas da França, esculturas de terracotas em pequenos formatos, xilogravuras, desenhos em nanquim. Na área da prosa e poesia: críticas de arte, críticas jornalísticas e produção literária, com temas sobre a iconografia cristã e a identidade do estado do Espírito Santo. Poemas malditos e trágicos, comenta a autora, também influenciam seus trabalhos: Antonin Artaud, Augusto do Anjos,
Audifax de Amorim e Nietzsche.
No entanto, o Sagrado possui uma significação forte e intrínseca em sua obra e vida. Chaudanne exerce uma relação íntima e dependente com suas Madonas. O artista afirma que são a garantia de sua coerência nesta vida. Por isso, “pinta, desenha, repinta insistentemente, obstinadamente, obcecadamente a Grande Mãe, a Senhora do Universo, a Intercessora, a Nossa Senhora”.
Dayse Resende, enquanto pesquisadora, observa que a Madona é o seu mantra pessoal. Chaudanne se expressa na pintura, através da retratação da Grande Mãe. O artista se inspira na Madona Iconográfica, no poder proporcionado pelo ícone, compreendido como o caminho para o compreensão da espiritualidade, da metamorfose. A transformação de si mesmo, enquanto filho, humano, artista.
Livros Chaudanneanos
Entre os suportes de seu processo de criação, Chaudanne possui um acervo de mais de 30 livros artesanais publicados. Também denominados livros de artista, eles acompanham artistas e escritores desde o século XVIII.
Os de Chaudanne, no entanto, possuem características subjetivas. São livros idealizados, confecionados, manuscritos e ilustrados com pinturas ou desenhos originais do próprio artista. Na preocupação quanto ao acesso e diversidade do público leitor, Chaudanne produz livros com caligrafia clara e limpa, aproximando nossos olhos com obras de arte e objetos únicos, intervenções realizadas pelo próprio, enquanto artista e autor.
A experiência provocada pelos livros artesanais de Chaudanne é única e multisensorial. A cada página, o leitor visita uma pequena parte do mundo criativo do artista. O berço de uma obra, as indagações, os traços que, após sobreposições, riscos e novos esboços, transformaram-se em um desenho. São livros que apresentam, de maneira íntima, o momento de criação de Chaudanne, o inicio de seu processo criativo.
“[...] O que o atrai no livro artesanal, é a possibilidade de ser um objeto material único, inserido no mercado literário, mesmo tendo uma pequena tiragem. Ao ilustrá-lo com as gravuras, xilogravuras, pinturas ou desenhos exclusivos, assinados e numerados pelo autor, torna-os peças únicas, objeto-arte. [...]”
Gilbert valoriza a relação e comunicação direta com o outro. Redige os releases para divulgação na imprensa e entra em contato direto com os jornalistas, visitando pessoalmente os mesmos em seu local de trabalho.
Além de autor, editor, diagramador de seus livros, Chaudanne exerce também o papel de articulador social. Tem atenção para o processo de formatação e lançamento do livro, preocupando-se em firmar parcerias para etapas como direitos autoriais, apoio no lançamento e distribuição. Tais experiências alimentam o processo de criação de Chaudanne, cada vez mais diversificado e conhecedor da cultura.
A trajetória
Andarilho, nômade, Chaudanne percorreu diferentes cantos do mundo e vivenciou inúmeras histórias, tornando-se parte delas. Sendo complexa a verificação de toda a trajetória do artista, a autora reuniu informações e fatos sobre o mesmo, através da organização de materiais impressos e orais - entrevistas com o artista.
O resultado é uma cronobiografia do artista, organizada a partir de suas produções artísticas e literárias: recortes de jornais da França, Brasil; fotografias de viagens pelo mundo; documentos em folhas avulsas referentes ao currículo (artístico e literário) do artista, digitados e escritos à mão; impressos; folders; recortes de jornal e periódicos, revistas e entrevistas dadas pelo artista.
As informações eram abundantes e desorganizadas. Foi preciso conciliar as datas, os momentos e as produções de Chaudanne para chegar a uma linha de tempo mais estável. Dayse Resende traçou esta cronobiografia na forma cronológica e agrupada (literatura, arte e teatro), facilitando assim o acesso ao seu.
Do nascimento aos dias atuais do artista; suas influências artisticas, literárias, culturais, sensoriais; o percurso traçado por continentes e nações; a transformação de Gilbert Dubois em Gilbert Chaudanne - em 1972, artista proporciona o nascimento de um novo eu.
A cronobiografia disponibiliza também o percurso das primeiras publicações literárias de Chaudanne e sua primeira exposição individual, ainda viajante, no Centre du 14 Julliet, em Paris, França. Sua relação com o teatro é evidente nas produções e peças das quais participou, em uma parceria de décadas com o grupo de teatro Tarahumaras, da qual se fez autor, produtor, articulador e amigo dos integrantes.
Na Tailândia, o artista atuou como diretor de um colégio e professor de inglês, filosofia, literatura francesa e língua francesa. Para além destas atuações, encontra-se os vínculos e relações que Chaudanne estabeleceu nos lugares por onde passou e fixou moradia.
O tempo de Chaudanne
Durante a pesquisa sobre a trajetória de Gilbert Chaudanne, a autora encontrou reportagens, entrevistas e matérias expressivas e ricas de conteúdo sobre o artista. Valiosos como recorte do tempo e registro da história de Chaudanne, Dayse Resende disponibiliza alguns materiais para conhecimento do leitor.
Ele poderá encontrar, em Engenho de Dentro - Gilbert Chaudanne, coletâneas de entrevistas, textos e matérias sobre o artista e sua trajetória a partir de três autores:
Olhares sobre Gilbert
Mirian Vazzoler, artista plástica, e Wilson Coelho, escritor e dramaturgo, analisam, em respectivos textos, as admiráveis Madonas de Chaudanne, descrevendo o poder e a
profunda expressão da mãe virgem.
“[...] as Madonas de Chaudanne, como todas as “más-donas”, não têm dúvidas sobre seus atos e mantém na face inexpressiva e absoluta a certeza absoluta, de seu poder sobre o deus-menino. [...]"
“[...] a Madona Chaudanneana tem muitas caras e muitas coroas e se apresenta, às vezes, disfarçada de Artaud, Jim Morrison, Camus, Rimbaud, Descartes, Pascal e tantos outros nascidos espirituais que também no desaconchego das estrebarias e rodeados de animais, não perderam as estribeiras [...]”
Antenor Laurentino Ramos, professor de literatura, escritor e amigo de longa data de Chaudanne, descreve sua viagem e estadia à casa dos pais do artista, Monsieur Pierre e Madame Denise Dubois, em Besançon.
“[...] Parecia que aquele distinto casal, desejava expressar-me os agradecimentos pelo que fizéramos em favor de seu filho, tão querido; e isso comoveu-me até. Foram momentos de carinho e afeto, de que me senti alvo aquela casa. [...]”
Nas páginas finais de Engenho de Dentro, o leitor poderá apreciar imagens de obras inéditas de Gilbert Chaudanne em suas diferentes fases como artista. Séries de Madonas, Boemia Nordestina, Natureza Morta, Faces de Cristo, Bizantinos, entre outros trabalhos realizados por Chaudanne. Uma riqueza e diversidade de telas que representam as multifacetas do artista, sua instransferível trajetória e seu singular processo de criação.
No entanto, para compreender Chaudanne e suas obras, o apreciador da arte e literatura chaudanneana, precisa esquecer o seu autor, o criador. O Pai. Este, conforme reitera o artista, é apenas uma pessoa, um ser que se expressa. E contudo, o resultado desta expressão ganha formas, ganha vida.
“[...] Para você, caro apreciador de arte, para você apreciar, amar meus quadros há de esquecer que fui eu quem os pintei, esquecer quem sou como pessoa porque a pessoa é apenas uma persona, uma máscara que diz que não é o que parece ser, o quadro me leva em um ‘lugar-de-mim’ que não é eu mas que, entretanto, precisa de mim. Sou o pai do meu quadro porém o pai adotivo e a adoção não foi eu que a fiz, foi o quadro. [...]”

Ana Luiza. Jornalista apaixonada por cinema e arte, se derrete por uma história a ser contada. Guarda em seu caderno intermináveis sonhos projetos, e voilá, este é um deles! Vez ou outra faz participação especial sob o título depois de ludovico & paralelos artísticos, retratando o cenário cinematográfico do ES.
*Este post não é uma publicidade.
“Assim como se pode ver na arquitetura das cidades centenárias – não podemos nos esquecer da origem europeia de Chaudanne –, Gilbert, como uma cidade de memórias, tem áreas sem restauração. São áreas esquecidas, sombrias, desgastadas pelo tempo, áreas renovadas e áreas nunca mais pintadas por ele, além de pequenas praças, ou melhor, clareiras, com um pequeno desvelamento que nos faz perceber o quão fundo chegou o esforço de nosso artista para se manter terreno, de pé, alinhado.
Embora não querendo ser mostradas, essas áreas de dor foram, aos poucos, sendo reveladas, trabalhadas e assim a revitalização chegou a Gilbert Chaudanne, que se reintegrou, se aconchegou em uma residência atelier, espaço que lhe proporciona a liberdade de criar e desenvolver seu universo de pintor, escritor – artista interior e exterior.”
Aos meros 17 anos de idade, Dayse Egg de Resende conheceu Gilbert Chaudanne no Centro da Praia Shopping, em Vitória. A postura, o porte e a expressão daquele homem, que passava o tempo com um livro e um xícara de café ao lado, chamaram a atenção daquela jovem, então estudante de pré-vestibular. Dayse se atentou pelo seu jeito de se vestir, os cabelos compridos e aquele “olhar aqzul que sorri e dá bronca, que vê e mostra”.
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Chaudanne admira uma de suas obras |
A estudante o conhecia pelas suas Madonas e livros artesanais que, na época já haviam percorrido toda a cidade. Filha de uma artista plástica, Dayse teve contato com o mundo das artes iniciado ainda na infância, através dos trabalhos e vivências da mãe - frequentando mostras, exposições, espaços artísticos, e conhecendo o público frequentador. Foi esse contato que também a apresentou, sobretudo, aos trabalhos de Chaudanne. Iniciando, assim, uma relação de amizade e confiança.
Na medida em que a amizade se fortalecia e Dayse mantinha maior contato com a produção artística de Chaudanne, o estilo de vida e os métodos do artista a chamaram sua atenção. Novamente.
Dayse notou a importância e grande contribuição de Gilbert Chaudanne para a produção literária e artística local, sob o papel de fomentar, marcar e incentivar uma geração de público e artistas capixabas. E viu, no papel deste personagem, deste artista, a importância de estudar e registrar sua trajetória, enquanto pesquisadora.
O livro Engenho de Dentro - Gilbert Chaudanne é fruto de uma profunda pesquisa sobre a trajetória do artista, acerca de seus documentos de processo criativo, relações e experiências vivenciadas. Com base na Teoria de Crítica Genética, Dayse procurou por materiais e documentos que registram e narram a história, a vida e a arte deste artista francês, radicado há 30 anos no Espírito Santo.
Originalmente de sobrenome Dubois, o artista nasceu em 03 de junho de 1948, em Besançon, região franco-condado, França. Filho de Pierre Dubois e Denise Dubois, cresceu na antiga cidade de grandes pensadores e escritores - a exemplo de Victor Hugo e dos Irmãos Lumière. Paralelo à sua vida acadêmica – formou-se em Geologia na Faculdade de Ciências, em Besançon –, Gilbert decide aprimorar seus conhecimentos através da literatura e arte. Parte então para países e culturas de diferentes cantos do mundo, viajando por entre outras histórias e vidas.
Decidido em fixar residência no Brasil, se divide ao escolher uma cidade. Entre as exigências e características que desejava, Vitória, capital do Espírito Santo é a vencedora – pelos seus atributos religiosos, naturais, geográficos e culturais. Chaudanne mora em Vitória desde meados de 1980.
A partir de suas vivências e relações com a capital e seus habitantes, Chaudanne criou, produziu e fomentou o cenário artístico, literário e cultural do Espírito Santo. Para a autora, que desde jovem acompanhou a atuação do artista, Gilbert marcou uma geração de artistas capixabas de diversas áreas, ao incentivar, articular e mover espaços e projetos culturais do estado.
Os trabalhos, criações e projetos de Gilbert Chaudanne demonstram uma riqueza temática, conceitual e estética, além de evidenciarem o processo criativo do mesmo.
Engenho de Dentro – Gilbert Chaudanne é a materialização e o registro da trajetória do artista. Reunindo seus trabalhos e documentos de processo, além de cronobiografia e declarações de Chaudanne, Dayse Resende apresenta sua história, percurso, processo de criação e, naturalmente, o perfil multifacetado do artista.
Filosofia do espírito, 50x46, 2013 |
Gênese
Acerca do processo de criação, fundamentado na teoria da Crítica Genética, os documentos de processo atuam como registro material do movimento criador do artista. Cadernetas, diários, fichas ou folhas avulsas são seu suporte para o armazenamento e experimentação de ideias, imagens e desenhos.
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Legenda - Notes e Supernotes, Caderno de Artista utilizado entre 1990 e 1992 por Chaudanne. |
Gilbert Chaudanne possui ricos e quantitativos documentos de processo. Ao acompanhar a rotina do artista e analisar tais registros materiais, Dayse Egg de Resende apresenta indícios de seu processo de criação.
Ainda entre as viagens realizadas quando jovem, Chaudanne carregava consigo cadernos de bolso confeccionados artesanalmente pelo próprio. Eles fazem parte da rotina do artista até os dias atuais, inerentes a si como uma carteira se faz importante nos passeios. As páginas de papel em branco são preenchidas com pensamentos e ideias que o acometem. Anotações que demonstram seu processo comunicativo; uma amplitude no olhar e nas relações com o mundo e seus habitantes.
O artista vai além de conceitos plásticos, percorrendo também o literário, o verbal. Como destaca a autora, o importante em sua busca artística é conhecer e compreender a essência das coisas, estabelecendo relações e construindo conhecimento.
Além dos cadernos de bolso, Chaudanne registra suas ideias e trabalhos em outros tipos de documentos, conforme a proposta e situações proporcionadas e vivenciadas. Folhas avulsas, de diversos tipos de papel, com desenhos, imagens e textos visuais a caneta esferográfica ou caneta nanquim; currículos manuscritos; fotocópia; gravuras de livros; livros e cartazes artísticos artesanais.
Os cartazes, em específico, somam mais de 800, produzidos para comunicar eventos, exposições ou ações realizadas pelo próprio artista. Evidenciam uma preocupação em se comunicar clara e objetivamente com o público, despertar curiosidade e interesse pelo assunto divulgado. Em sua maioria, o material analisado pela autora foi encontrado no ateliê residência de Chaudanne - reduto de suas ideias, criações e registros.
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Cartaz Artesanal - Curso como olhar um Quadro – História Experimental da Arte com Gilbert Chaudanne |
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Legenda - Cartaz artesanal - Gravuras, Pinturas e Desenhos no Café 366 |
“[...] vê-se uma oportunidade de adentrar na mente criativa do autor e perceber os caminhos utilizados por ele para dar vida à obra.”
Busca pelo sujeito
Entre as viagens a países e continentes enquanto jovem andarilho, Gilbert Chaudanne chegou à América do Sul e conheceu o Brasil em 1973. Encantou-se com as cores, com a energia provida do país, do povo, quando decidiu morar em uma cidade brasileira.
Sozinho, aprendeu e dominou o idioma, apropriando-se também das formas de expressão e as variações da linguagem do povo brasileiro. Ao escolher a cidade, entre nossos 27 estados, Chaudanne traçou uma série de exigências e especificações, contribuindo para a objetiva e rápida eliminação das opções.
O destino de sua morada deveria ser uma capital, que possibilitasse seu desenvolvimento artístico e intelectual. Mas uma cidade mais próxima à região Sul, de clima mediano, nem tão quente ou frio. Preferencialmente perto do mar, sem no entanto ser um grande centro como o Rio de Janeiro.
Vitória ou Florianópolis. As duas cidades finais desta disputa interna. A escolha pela capital capixaba se deve a características singulares elencadas pelo artista, conforme destacado no capítulo Um Francês no Espírito Santo:
“[...] Primeiramente, a pequena ilha lhe chamou a atenção pelo nome, Vitória. E, ainda é a capital de um estado chamado Espírito Santo, símbolo da Trindade e evidência de uma tendência para o discurso da religiosidade cristã percebida em seu projeto poético. Ao chegar à cidade, deparou-se com o mar e a proximidade das montanhas e encantou-se! [...]”
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Gilbert Chaudanne na Praça Ubaldo Ramalhete - Centro de Vitória |
A relação com o meio/espaço onde está inserido, onde vive e vivencia, tem influências diretas na obra de Chaudanne. A matéria-prima de seus trabalhos são suas memórias, experiências e reflexões dos lugares por onde traça um percurso. No objetivo de compreender a cidade, os espaços, deslocamentos e convívios urbanos, o artista pesquisa.
Pesquisou a cultura, mentalidade, o costume e a língua do brasileiro - suas expressões e relações verbais e corporais. Pesquisou, porém, de forma natural e informal, através de conversas, convívios rotineiros e despretensiosos com seus alunos, colegas, conhecidos e demais pessoas de seu convívio nas escolas, bares e ruas da capital.
As descobertas se fundem à personalidade de Gilbert Chaudanne. Na busca pelo seu eu e projeto poético, o artista se apropria daquele repertório adquirido - inerente, a partir de então, às suas obras, ao seu processo de criação enquanto artista, escritor, produtor teatral e articulador cultural.
A personalidade de Chaudanne, no entanto, é forte e singular. Enquanto ser multifacetado, de conhecimento, articulação e noções artísticas de grandes riquezas, é um ser de aparência, trejeitos e essência simples, tranquilos. Seus reais e objetivos interesses se resumem à busca pela arte, poesia, conhecimento, relações e vivências.
“[...] Figura ímpar de cabelos sempre desalinhados, estilo La Chascona, de Pablo Neruda, excêntrico, de personalidade marcante e contagiante. Anda pela cidade com uma roupa aparentemente suja, mas na verdade são respingos de tintas [...]”
“[...] Ao que parece, para o artista, pintar e escrever traduz uma necessidade fisiológica e mental [...]”
Engenho de Dentro - Página 30
Gilbert Chaudanne possui a proeza de se relacionar com diferentes grupos, estilos e perfis de pessoas. Sua linguagem verbal e escrita se modifica de acordo com o público com o qual se relaciona. Detém, também, uma variação na linguagem plástica, ao retratar diferentes temas em suas obras, expressadas em quadros, telas, desenhos, cartazes, poesias, artigos e textos literários.
São temas como flores, santos, iconografia cristã, budista, holística, paisagens urbanas que lembram as ruas da França, esculturas de terracotas em pequenos formatos, xilogravuras, desenhos em nanquim. Na área da prosa e poesia: críticas de arte, críticas jornalísticas e produção literária, com temas sobre a iconografia cristã e a identidade do estado do Espírito Santo. Poemas malditos e trágicos, comenta a autora, também influenciam seus trabalhos: Antonin Artaud, Augusto do Anjos,
Audifax de Amorim e Nietzsche.
La femme et Son Double, 61X76 |
No entanto, o Sagrado possui uma significação forte e intrínseca em sua obra e vida. Chaudanne exerce uma relação íntima e dependente com suas Madonas. O artista afirma que são a garantia de sua coerência nesta vida. Por isso, “pinta, desenha, repinta insistentemente, obstinadamente, obcecadamente a Grande Mãe, a Senhora do Universo, a Intercessora, a Nossa Senhora”.
Legenda - A Madona é severa porém justa, acrílica sobre eucatex, com gemas originais, 75x47, 2003 |
Dayse Resende, enquanto pesquisadora, observa que a Madona é o seu mantra pessoal. Chaudanne se expressa na pintura, através da retratação da Grande Mãe. O artista se inspira na Madona Iconográfica, no poder proporcionado pelo ícone, compreendido como o caminho para o compreensão da espiritualidade, da metamorfose. A transformação de si mesmo, enquanto filho, humano, artista.
Livros Chaudanneanos
Entre os suportes de seu processo de criação, Chaudanne possui um acervo de mais de 30 livros artesanais publicados. Também denominados livros de artista, eles acompanham artistas e escritores desde o século XVIII.
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Legenda - Páginas 48 e 49 do livro artesanal Les Chants de la Marie-Ganja |
A experiência provocada pelos livros artesanais de Chaudanne é única e multisensorial. A cada página, o leitor visita uma pequena parte do mundo criativo do artista. O berço de uma obra, as indagações, os traços que, após sobreposições, riscos e novos esboços, transformaram-se em um desenho. São livros que apresentam, de maneira íntima, o momento de criação de Chaudanne, o inicio de seu processo criativo.
“[...] O que o atrai no livro artesanal, é a possibilidade de ser um objeto material único, inserido no mercado literário, mesmo tendo uma pequena tiragem. Ao ilustrá-lo com as gravuras, xilogravuras, pinturas ou desenhos exclusivos, assinados e numerados pelo autor, torna-os peças únicas, objeto-arte. [...]”
Gilbert valoriza a relação e comunicação direta com o outro. Redige os releases para divulgação na imprensa e entra em contato direto com os jornalistas, visitando pessoalmente os mesmos em seu local de trabalho.
Além de autor, editor, diagramador de seus livros, Chaudanne exerce também o papel de articulador social. Tem atenção para o processo de formatação e lançamento do livro, preocupando-se em firmar parcerias para etapas como direitos autoriais, apoio no lançamento e distribuição. Tais experiências alimentam o processo de criação de Chaudanne, cada vez mais diversificado e conhecedor da cultura.
A trajetória
Andarilho, nômade, Chaudanne percorreu diferentes cantos do mundo e vivenciou inúmeras histórias, tornando-se parte delas. Sendo complexa a verificação de toda a trajetória do artista, a autora reuniu informações e fatos sobre o mesmo, através da organização de materiais impressos e orais - entrevistas com o artista.
O resultado é uma cronobiografia do artista, organizada a partir de suas produções artísticas e literárias: recortes de jornais da França, Brasil; fotografias de viagens pelo mundo; documentos em folhas avulsas referentes ao currículo (artístico e literário) do artista, digitados e escritos à mão; impressos; folders; recortes de jornal e periódicos, revistas e entrevistas dadas pelo artista.
As informações eram abundantes e desorganizadas. Foi preciso conciliar as datas, os momentos e as produções de Chaudanne para chegar a uma linha de tempo mais estável. Dayse Resende traçou esta cronobiografia na forma cronológica e agrupada (literatura, arte e teatro), facilitando assim o acesso ao seu.
Do nascimento aos dias atuais do artista; suas influências artisticas, literárias, culturais, sensoriais; o percurso traçado por continentes e nações; a transformação de Gilbert Dubois em Gilbert Chaudanne - em 1972, artista proporciona o nascimento de um novo eu.
La Justice, acrílica sobre tela, 50x70, 2005 |
Na Tailândia, o artista atuou como diretor de um colégio e professor de inglês, filosofia, literatura francesa e língua francesa. Para além destas atuações, encontra-se os vínculos e relações que Chaudanne estabeleceu nos lugares por onde passou e fixou moradia.
O tempo de Chaudanne
Durante a pesquisa sobre a trajetória de Gilbert Chaudanne, a autora encontrou reportagens, entrevistas e matérias expressivas e ricas de conteúdo sobre o artista. Valiosos como recorte do tempo e registro da história de Chaudanne, Dayse Resende disponibiliza alguns materiais para conhecimento do leitor.
Nossa Senhora da Saúde, 60x90, 2005. |
Olhares sobre Gilbert
Mirian Vazzoler, artista plástica, e Wilson Coelho, escritor e dramaturgo, analisam, em respectivos textos, as admiráveis Madonas de Chaudanne, descrevendo o poder e a
profunda expressão da mãe virgem.
“[...] as Madonas de Chaudanne, como todas as “más-donas”, não têm dúvidas sobre seus atos e mantém na face inexpressiva e absoluta a certeza absoluta, de seu poder sobre o deus-menino. [...]"
Mirian Vazzoler
“[...] a Madona Chaudanneana tem muitas caras e muitas coroas e se apresenta, às vezes, disfarçada de Artaud, Jim Morrison, Camus, Rimbaud, Descartes, Pascal e tantos outros nascidos espirituais que também no desaconchego das estrebarias e rodeados de animais, não perderam as estribeiras [...]”
Wilson Coelho
Antenor Laurentino Ramos, professor de literatura, escritor e amigo de longa data de Chaudanne, descreve sua viagem e estadia à casa dos pais do artista, Monsieur Pierre e Madame Denise Dubois, em Besançon.
“[...] Parecia que aquele distinto casal, desejava expressar-me os agradecimentos pelo que fizéramos em favor de seu filho, tão querido; e isso comoveu-me até. Foram momentos de carinho e afeto, de que me senti alvo aquela casa. [...]”
Antenor Laurentino Ramos
No entanto, para compreender Chaudanne e suas obras, o apreciador da arte e literatura chaudanneana, precisa esquecer o seu autor, o criador. O Pai. Este, conforme reitera o artista, é apenas uma pessoa, um ser que se expressa. E contudo, o resultado desta expressão ganha formas, ganha vida.
“[...] Para você, caro apreciador de arte, para você apreciar, amar meus quadros há de esquecer que fui eu quem os pintei, esquecer quem sou como pessoa porque a pessoa é apenas uma persona, uma máscara que diz que não é o que parece ser, o quadro me leva em um ‘lugar-de-mim’ que não é eu mas que, entretanto, precisa de mim. Sou o pai do meu quadro porém o pai adotivo e a adoção não foi eu que a fiz, foi o quadro. [...]”
Gilbert Chaudanne, 2013
Autora: Dayse Egg de Resende
Sobre a autora
Advogada e artista plástica, Dayse Egg de Resende trabalha sob o compromisso e objetivo de representar e promover obras de arte inovadoras e singulares para o Espírito Santo, que provoquem os visitantes a refletir sobre arte contemporânea.
Proprietária do Escritório de Arte Dayse Resende desde 2009, atua como curadora e consultora de arte, além de articuladora cultural. Dayse também coordena um blog, onde dissemina conteúdo de ideias, projetos e curiosidades sobre design, arquitetura e artes. A página dispõe de conteúdo especializado acessível para estudantes e profissionais, introduzindo um material sobre a cena artística capixaba, além de diferentes linguagens e suportes no campo da arte.
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Dayse Egg de Resende. Foto: Monica Zorzanelli |
Lançamento do livro Engenho de Dentro – Gilbert Chaudanne
Autora: Dayse Egg de Resende
14 de maio (quinta-feira), das 19h às 21h
Biblioteca Pública Estadual do Espírito Santo
Av. João Batista Parra, 165 - Praia do Suá, Vitória-ES
Aberto ao público
Sorteio do Livro
O #MIC tem o prazer de presentear os seus leitores sorteando o livro "Engenho de Dentro – Gilbert Chaudanne", em parceria com o Escritório de Arte Dayse Resende. Aproveite esta é uma obra de Edição Limitada! Visita a fanpage www.facebook.com/madeincapixaba e participe.

Ana Luiza. Jornalista apaixonada por cinema e arte, se derrete por uma história a ser contada. Guarda em seu caderno intermináveis sonhos projetos, e voilá, este é um deles! Vez ou outra faz participação especial sob o título depois de ludovico & paralelos artísticos, retratando o cenário cinematográfico do ES.
*Este post não é uma publicidade.
*Proibido o uso das imagens e do texto sem prévia autorização da autora.
*Crédito das fotos: Escritório de Arte Deyse Resende.
*Crédito das fotos: Escritório de Arte Deyse Resende.
*Contato madeincapixaba@gmail.com
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