quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Ana conta o que aconteceu "depois de ludovico" #1

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O MIC acaba de ganhar uma nova participação especial, e adivinha sobre o quê? Cinema! Que se retire da sala quem não curte essa sétima arte, porque por aqui a gente ama. E quem vai compartilhar conosco o que sabe sobre o cenário cinematográfico capixaba é uma jornalista simplesmente apoixonada por ele (porque se tem uma coisa que não falta aqui no MIC é paixão minha gentie!).

Apresento o novo título especial "depois de ludovico", vez ou outra projetos, novidades e personagens do cinema capixaba, tudo contato e bem explicado por Ana Luiza Calmon.

Hoje vamos conhecer um pedacinho da história do cinema bem conterrânea e que explica tim tim por tim tim quem é esse tal de Ludovico!

Boa leitura!



Por Ana Luiza Calmon

Não. O nome desta coluna não tem relação alguma com o filme franco-mexicano Depois de Lúcia. Ou mesmo se trata de uma alusão filosófica ao cinema. É um nome prático e simples. “Depois” “de” “Ludovico”. Explico.

Em 1895, os irmãos Lumière inventaram o cinematógrafo e deram início à arte cinematográfica, com filmes em preto e branco, filmagens curtas e cotidianas - esta é uma parte da história conhecida pela maioria.

Bem, com o invento do cinematógrafo, iniciaram-se as produções e as exibições, que correram o mundo. Logo nos primeiros anos do cinema, em torno de 1908, aqui no Brasil, ambulantes levavam às cidades interioranas exibições cinematográficas, cujas projeções eram de baixa qualidade.

Os filmes, na época, eram cenas de paisagens, produzidas por cinegrafistas enviados de todo o mundo pelos irmãos Lumière, para colher estas imagens. No Espírito Santo, entre as cidades contempladas com essas visitas, está Alfredo Chaves. Foi nela que nasceu e passou a infância Ludovico Persici (1898-1944).



Primogênito dos 18 filhos de imigrantes italianos, Ludovico residia na cidade com a família. Trabalhava com o pai, Erasmo, na relojoaria Persici, que era famosa na região. Um garoto comum, como várias outras crianças, mas que tinha diferentes habilidades com mecânica, construindo réplicas, por exemplo, da Estrada de Ferro Vitória-Cachoeiro.

Acontece que, em 1908, quando o exibidor ambulante passou por Alfredo Chaves, Ludovico ficou impressionado com o cinematógrafo. O rapaz, então com dez anos de idade, conseguiu tirar explicações do homem sobre o funcionamento da máquina e, inclusive, levar consigo um pedaço de filme.

Esse contato, esse encanto e esse pedaço de filme, levaram Ludovico a dar a início à construção de seu própria máquina de filmar. Depois de anos de estudo, experiências vividas na belle époque do cinema brasileiro, e alguns perrengues, Persici cria, em 1926, seu cinematógrafo.

Intitulado Apparelho Guarany, a máquina filmava, projetava, copiava e media. E foi o próprio Ludovico, junto com moradores de Alfredo Chaves, quem fez seus filmes, exibidos em sua casa, em uma sessão improvisada.



Ainda em 1926, a primeira produção foi Bang-bang, um filme do gênero western, em preto e branco e mudo. Ludovico foi responsável pelo roteiro, pela produção, direção e fotografia do filme, além de atuar como cawboy. Ele também produziu imagens de fazendas, festas, paisagens e outras, assim como uma espécie de crônica do cotidiano capixaba. As obras são: Cenas de Castelo, As melindrosas castelenses passeando pelas ruas da cidade, A baratinha (primeiro carro da cidade) e Cenas de família.

Tem muita coisa para falar sobre Ludovico Persici e a efervescência que foi sua atuação no Espírito Santo e outros estados brasileiros, com ampla cobertura da imprensa - teremos tempo para isso. Mas, basicamente, a mensagem é: aos vinte e poucos anos de idade, o cara conseguiu.



Depois de ludovico, vieram outros inventores, diretores, apaixonados por cinema que fizeram acontecer aqui no Espírito Santo. Tivemos e temos muitos profissionais, filmes, salas de exibição, projetos, ideias, histórias.


Então é mais ou menos isso. Minha ideia aqui é contar o que veio e o que está vindo depois desse cara ai que passou a vida inteira vivendo para o cinema. Temos muito o que contar. E contaremos!




Jornalista apaixonada por cinema e arte, se derrete por uma história a ser contada. Guarda em seu caderno intermináveis sonhos projetos, e voilá, este é um deles! Vez ou outra faz participação especial sob o título depois de ludovico & paralelos artísticos, retratando o cenário cinematográfico do ES.

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3 comentários:

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