O MIC acaba de ganhar uma nova participação especial, e adivinha sobre o quê? Cinema! Que se retire da sala quem não curte essa sétima arte, porque por aqui a gente ama. E quem vai compartilhar conosco o que sabe sobre o cenário cinematográfico capixaba é uma jornalista simplesmente apoixonada por ele (porque se tem uma coisa que não falta aqui no MIC é paixão minha gentie!).
Apresento o novo título especial "depois de ludovico", vez ou outra projetos, novidades e personagens do cinema capixaba, tudo contato e bem explicado por Ana Luiza Calmon.
Hoje vamos conhecer um pedacinho da história do cinema bem conterrânea e que explica tim tim por tim tim quem é esse tal de Ludovico!
Boa leitura!
Por Ana Luiza Calmon
Não. O nome desta coluna não tem
relação alguma com o filme franco-mexicano Depois
de Lúcia. Ou mesmo se trata de uma alusão filosófica ao cinema. É um nome
prático e simples. “Depois” “de” “Ludovico”. Explico.
Em 1895, os irmãos Lumière
inventaram o cinematógrafo e deram início à arte cinematográfica, com filmes em
preto e branco, filmagens curtas e cotidianas - esta é uma parte da história
conhecida pela maioria.
Bem, com o invento do
cinematógrafo, iniciaram-se as produções e as exibições, que correram o mundo.
Logo nos primeiros anos do cinema, em torno de 1908, aqui no Brasil, ambulantes
levavam às cidades interioranas exibições cinematográficas, cujas projeções
eram de baixa qualidade.
Os filmes, na época, eram cenas de
paisagens, produzidas por cinegrafistas enviados de todo o mundo pelos irmãos
Lumière, para colher estas imagens. No Espírito Santo, entre as cidades
contempladas com essas visitas, está Alfredo Chaves. Foi nela que nasceu e
passou a infância Ludovico Persici (1898-1944).
Primogênito dos 18 filhos de
imigrantes italianos, Ludovico residia na cidade com a família. Trabalhava com
o pai, Erasmo, na relojoaria Persici, que era famosa na região. Um garoto
comum, como várias outras crianças, mas que tinha diferentes habilidades com
mecânica, construindo réplicas, por exemplo, da Estrada de Ferro
Vitória-Cachoeiro.
Acontece que, em 1908, quando o
exibidor ambulante passou por Alfredo Chaves, Ludovico ficou impressionado com
o cinematógrafo. O rapaz, então com dez anos de idade, conseguiu tirar
explicações do homem sobre o funcionamento da máquina e, inclusive, levar
consigo um pedaço de filme.
Esse contato, esse encanto e esse
pedaço de filme, levaram Ludovico a dar a início à construção de seu própria
máquina de filmar. Depois de anos de estudo, experiências vividas na belle
époque do cinema brasileiro, e alguns perrengues, Persici cria, em 1926, seu
cinematógrafo.
Intitulado Apparelho Guarany, a máquina filmava, projetava, copiava e media. E
foi o próprio Ludovico, junto com moradores de Alfredo Chaves, quem fez seus
filmes, exibidos em sua casa, em uma sessão improvisada.
Ainda em 1926, a primeira produção
foi Bang-bang, um filme do gênero western, em preto e branco e mudo. Ludovico
foi responsável pelo roteiro, pela produção, direção e fotografia do filme,
além de atuar como cawboy. Ele também produziu imagens de fazendas, festas,
paisagens e outras, assim como uma espécie de crônica do cotidiano capixaba. As
obras são: Cenas de Castelo, As melindrosas castelenses passeando pelas
ruas da cidade, A baratinha
(primeiro carro da cidade) e Cenas de
família.
Tem muita coisa para falar sobre
Ludovico Persici e a efervescência que foi sua atuação no Espírito Santo e outros estados brasileiros, com ampla cobertura da imprensa - teremos tempo para isso.
Mas, basicamente, a mensagem é: aos vinte e poucos anos de idade, o cara
conseguiu.
Depois de ludovico, vieram outros inventores, diretores, apaixonados por
cinema que fizeram acontecer aqui no Espírito Santo. Tivemos e temos muitos
profissionais, filmes, salas de exibição, projetos, ideias, histórias.
Então é mais ou menos isso. Minha
ideia aqui é contar o que veio e o que está vindo depois desse cara ai que
passou a vida inteira vivendo para o cinema. Temos muito o que contar. E
contaremos!
Jornalista apaixonada por cinema e arte, se derrete por uma história a ser contada. Guarda em seu caderno intermináveis sonhos projetos, e voilá, este é um deles! Vez ou outra faz participação especial sob o título depois de ludovico & paralelos artísticos, retratando o cenário cinematográfico do ES.
Arrasou, migs!!
ResponderExcluirSucesso pra coluna <3
beijo!
Muito interessante! Vou acompanhar sua coluna!
ResponderExcluirParabéns e sucesso!
Simplesmente adorando!
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